Antes de conversarmos um pouquinho sobre diabetes, é importante conhecermos alguns conceitos:
Carboidratos: são compostos presentes na grande maioria dos alimentos, mas principalmente nas farinhas, pães, massas, açúcares refinados ou não, doces em geral, frutas, batatas, entre outros. Ao sofrerem o processo de digestão, os carboidratos chegam ao nosso intestino e são absorvidos para a corrente sanguínea na forma de açúcar (glicose). Isso mesmo, você come um prato de macarrão ao molho sugo e ele se transformará em açúcar no seu corpo!
Pâncreas: órgão responsável por produzir dois hormônios muito importantes, a insulina e o glucagon. A insulina é responsável por retirar a glicose (açúcar) da corrente sanguínea e levar para dentro das células.
Entendido esses dois pontos, vamos falar sobre o diabetes! Diabetes é uma doença crônica na qual o corpo não produz o hormônio insulina ou não consegue utilizar adequadamente a insulina que produz. Desse modo, a glicose fica circulando na corrente sanguínea levando a um quadro que chamamos de Hiperglicemia (alto nível de glicose no sangue), que por longos períodos, pode levar a danos em órgãos, vasos sanguíneos e nervos. O diagnóstico se dá por um simples exame de sangue.
Existem três tipos diferentes de diabetes:
Diabetes Tipo 1
É uma doença auto-imune, ou seja, equivocadamente o sistema imunológico ataca as células do pâncreas responsáveis pela produção da insulina, assim, pouca ou nenhuma insulina é liberada para o corpo, ficando a glicose em grande quantidade na corrente sanguínea.
Geralmente aparece na infância ou na adolescência. Os sintomas são muitos: emagrecimento rápido e sem explicação, fraqueza, náuseas, vômitos, sonolência, muita vontade de urinar, sede e fome excessivas, etc. Para o tratamento, é necessária a administração da insulina, medicamentos, planejamento alimentar específico e a prática de atividades físicas.
Diabetes Tipo 2
No diabetes tipo 2 o pâncreas não produz quantidade suficiente de insulina para controlar o nível de açúcar no sangue ou o organismo não consegue usar adequadamente a insulina produzida. Manifesta-se principalmente em adultos, mas é cada dia maior o número de crianças que têm desenvolvido essa doença.
O sintomas são semelhantes com os do diabetes tipo 1: muita vontade de urinar, fome excessiva, sede excessiva, infecções constantes. Em alguns casos pode ser controlado com atividade física e planejamento alimentar, mas na grande maioria é necessária a administração de medicamentos e/ou insulina.
Diabetes Gestacional
Durante a gestação a mulher sofre algumas mudanças hormonais que podem interferir na ação da insulina, além disso, é necessária a produção extra de insulina para atender as necessidades do bebê, principalmente a partir do terceiro trimestre de gestação. Por isso, faz-se necessário o acompanhamento nutricional para que a alimentação da mãe esteja de acordo com cada período de desenvolvimento do feto.
Geralmente após o parto a glicemia volta ao normal, mas faz-se necessário o acompanhamento através de exames de sangue e a dieta balanceada deve ser mantida. O aleitamento materno também auxilia na redução do risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2 após a gestação.
Diabetes é uma doença séria, que não tem cura e que pode levar a diversas outras doenças como a doença renal crônica, a neuropatia diabética, problemas nos olhos como glaucoma e retinopatia diabética!
Falado sobre Diabetes, vale a pena tratarmos de um assunto cada dia mais comum nos consultórios, a Resistência à Insulina.
A Resistência à Insulina é uma desordem causada por diversos fatores, como: excesso de gorduras ruins na corrente sanguínea, consumo excessivo de frutose (advinda principalmente dos alimentos industrializados), sedentarismo, desequilíbrio das bactérias intestinais, estresse oxidativo, entre outros. Todos esses fatores impedem que as células do nosso corpo respondam adequadamente aos comandos da insulina, o que contribui para o aumento da glicemia.
A Resistência à Insulina está associada ao diabetes, doenças cardiovasculares, esteatose hepática, síndrome do ovário policístico, Alzheimer e até mesmo câncer.
O plano alimentar elaborado para um diabético e para quem tem resistência à insulina deve ser específico e calculado minuciosamente para que haja um controle eficaz da glicemia sanguínea. Cada ser é único e sua dieta deve ser única também.
De modo geral, seguem algumas instruções:
- Nenhum tipo de açúcar deve ser consumido por diabéticos, caso queira adoçar algo, prefira um adoçante natural à base de Estévia;
- Evite carboidratos refinados (arroz, farinhas e pães brancos) e troque-os pelos integrais;
- Aumente o consumo de folhas verdes e vegetais para que tenha mais fibras em sua alimentação;
- Controle as quantidades de alimentos ingeridos, coma apenas o que foi acordado com o seu nutricionista e evite comer em exagero;
- Faça mais refeições ao dia com menos quantidade de alimentos em cada uma delas, assim é mais fácil controlar a sua glicemia;
- As frutas podem ser consumidas, não havendo restrição no tipo de fruta, mas sim na quantidade;
- Os sucos de frutas devem ser evitados, prefira consumir a fruta inteira e fresca;
- Durma bem, um sono saudável é necessário para o bom funcionamento do nosso organismo;
- A prática de atividades físicas é essencial para o tratamento da doença, por isso, mexa-se, seu corpo não foi feito para ficar parado!
Consulte o seu nutricionista, cuide-se!
Beijos da Nutri!